É realmente necessário fazer sondagem do solo para obras residenciais de pequeno porte?

A resposta é sim, sempre. A sondagem do solo consiste na investigação  do subsolo de um determinado terreno com a finalidade de obter amostras para se conhecer as suas características, ou seja, tipo de solo, cor, geologia, valores de resistência, profundidade do lençol freático, profundidade de elementos rochosos, etc. O projeto de fundação de uma obra não pode ser concebido de maneira precisa sem que haja um procedimento de sondagem para determinar as propriedades físicas do solo. O valor de resistência à penetração do amostrador SPT que é chamado de N (segundo a NBR 6484/2001) ou NSPT,  é a base para a determinação do tipo de fundação a ser escolhida e também do seu dimensionamento. Podendo ser fundações rasas, como sapatas e radiers, no caso de solos com alta resistência a uma baixa profundidade, ou fundações profundas, como blocos sobre estacas, para solos com resistência adequada somente a uma grande profundidade.  Se o engenheiro estrutural não tiver conhecimento detalhado sobre as características do solo, é grande a possibilidade de a fundação ou mesmo a estrutura da edificação ter seu dimensionamento calculado de maneira errada, podendo ser subdimensionada ou superdimensionada.

No Brasil, para empreendimentos imobiliários, comumente são utilizadas sondagens a percussão (SPT). Tradicional e simples, este ensaio consiste na cravação vertical no solo de um cilindro amostrador padrão. Para isso são dados golpes de martelo com massa padronizada de 65 kg solto em queda livre de uma altura de 75 cm. São anotados os números de golpes necessários à cravação do amostrador em três trechos consecutivos de 15 cm, sendo que o valor da resistência à penetração (N ou NSPT) consiste no número de golpes aplicados na cravação dos 30 cm finais. Após a cravação em cada trecho, o amostrador é retirado do furo e a amostra é coletada para posterior classificação visual. Em relação à locação dos furos, a norma preconiza que, caso estejam disponíveis os projetos estruturais e as plantas de carga dos pilares, as sondagens deverão ser executadas baseando-se na localização dos elementos com maior carregamento. Quando os estudos geotécnicos são realizados em fase preliminar, os furos deverão ser distribuídos igualmente em toda a área do terreno. 

Em relação á viabilidade financeira de se fazer sondagem para obras residencias de pequno porte, ela sempre será viável. Quando o engenheiro estrutural não tem o detalhamento preciso do solo, na grande maioria das vezes, ele irá superdimensionar a estrutura de fundação para elevar seu nível de segurança. Isto significa mais gastos com concreto, aço, madeira e mão de obra para execução de formas, serviços de escavação e perfuração, etc. E ainda tem-se o risco de encontrar um lençol freático durante sua execução, sendo necessário a mudança do tipo de fundação sem prévio planejamento. 

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